sábado, 2 de julho de 2011

Não é adeus

Minha avó faleceu no sábado passado. Bem no meio do feriado, após dois dias maravilhosos de curtição com meu bebê. Foi duro receber a notícia. Não quis me despedir dela em casa, preferi ir ao cemitério. Não queria vê-la no caixão. Nunca tinha visto ninguém nessa condição. Quando vi seu corpo material que a ficha caiu. Aquilo que estava ali não era ela. Não senti o medo que eu temia, mas também não achei agradável ficar dentro da capela. Acompanhei o cortejo, fui até o final. Vi o caixão descer para o buraco na terra. As tampas foram fechadas com cimento. A terra só é jogada e a grama arrumada depois. O cimento deveria secar primeiro. Enquanto isso eu sentia a brisa suave de Oiá acariciando meus cabelos, as lágrimas escorriam por trás dos óculos escuros. Pedi a ela que guiasse o espírito de minha avó a sua nova vida. Cantei mentalmente alguns pontos de Obaluaê. Mentalizei coisas boas, pedi  aos meus guias força para todos nós. Pensei se alguém, além de mim, notou aquela brisa carinhosa que começou e terminou junto com a cerimônia. Meu pai só escutou o canto dos pássaros!




A gente perde tempo pensando naquilo que não tem e esqueço daquilo que tem... (René?)