sábado, 22 de dezembro de 2012

Caixinha

Essa época do ano é engraçada. A palavra caixinha é quase tão repetida quanto a palavra Natal. Onde você vai tem gente pedindo "caixinha" por conta do final do Ano e do famoso 13º do trabalhador "que fica dando sopa" em dezembro.
Até trocador de ônibus anda se munindo daquela caixinha de papelão embrulhada com papel de presente barato e com fita de presente. Sempre com uma curta mensagem de Natal como pretexto para pedir aquela contribuição camarada. Mas não estou aqui para julgar a categoria "decoração de caixinha". O que me importa é comentar a cara de pau de alguns "profissionais" ao pedir a tal colaboração financeira.
Lixeiros e carteiros são os mais tradicionais. Desde pequena eu via os lixeiros da rua pedindo pra minha avó comprar um garrafão de vinho "Sangue de Boi" para a confraternização de Natal deles e o carteiro colocar uma porrada de cartõezinhos simpáticos na caixa de correspondência para pedir o agradinho dos moradores.
Hoje adulta eu recebo esses mesmo pedidos e fico pensando com meus botões. Pra quê eu vou dar agrado financeiro para o carteiro que fecha o portão na minha cara e nunca coloca as cartas das casas da vila nas respectivas caixas das casas. Ele é tão "sem noção" que coloca todas as cartas na caixa de correio da vila e o síndico que se presta a separar as cartas e distribuí-las. Esse cara merece o que? Já o síndico! Penso seriamente em colocar a "caixinha" do correio debaixo da porta dele. Como ele faz com a minha correspondência que o carteiro larga por ai.
E os lixeiros? Porque eles tem que ganhar caixinha? Eles fazem um trabalho muito desagradável, mas eles já não recebem para isso? Alguns dias o trabalho feito aqui na minha rua é tão porco que quando venta todo lixo da rua entra na minha vila e depois não sai porque fica preso no portão. E os lixeiros, eu pergunto novamente? Estão ótimos, batendo papo com os PMs ou os Guardas municipais.
Na boa, não sou mão de vaca! Eu dou caixinha sim. Mas a minha caixinha vai pro tio do ponto de táxi. Que todo dia me ajuda a sair do carro com as tralhas do Arthur, guarda-chuva, bolsas, carrinho e etc. Todo dia, sem esperar nada em troca e com muita simpatia e bom humor. Chova ou faça sol. Vai também pra querida balconista da Padoca. Que quando vou tomar meu café antes do trabalho me atende com uma empolgação, que eu mesma não teria se tivesse que acordar às 3:30h para sair de Queimados e chegar às 5h no Méier. E que ainda divide comigo o sonho dela de voltar a estudar para ter uma vida melhor! Pessoas como essas
 mereciam caixinha todo dia.
Pros profissionais espertinhos eu deixo uma pacote cheio de desejos pro ano novo. Desejo vergonha na cara, boa vontade e saúde. Passar bem!
Meu respeito tem quem me respeita. Meu carinho ganha quem me acarinha.
Feliz Natal!




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